Irrealidade Extraído da obra Censurável de M. Kula

domingo, 16 de dezembro de 2007


Adorava ter sido realizador ou escritor pintor poeta indubitavelmente actor ou encenador passando por, porque não, massagista futebolista barman tenista ou amante de golfe, taxista ou apresentador televisivo... Militar policia banqueiro terrorista... Poderia até ter sido Deus, mas tenho fobia à adoração.

Apenas tento manter limpa na minha memória a ideia de que algo, ainda consegue manter-me um passo atrás em vez de um para a frente do balcão da minha varanda. É que tenho feito coisas inúteis ultimamente e isso levou-me a apenas um pé para a frente, e é o meu fim... O meu fim já... Apenas fiz 23 primaveras... Não posso morrer... Tenho ainda uma existência interminável pela frente, não sou velho e quero pelo menos ter um ou dois ou vários filhos até... Mas não aguento mais este tilintar do relógio tic tac tic tac tic tac...

Tudo começou à dois meses atrás, antes dessa altura considerava-me melhor... Quero dizer com boa apresentação, um ar jovial e um sorriso de presidente... Mas tudo partiu... Partiu porquê...?

A vida é mesmo uma luta incessante de interesses despropositados por um acordeão sagrado, no qual não entendemos nada do... Do ré mi fa sol la si do dessa incessante busca de auto-realização onde pomos os pés numa realidade débil, onde os raios do sol apenas nos revoltam contra a asquerosa visão de prédios... Prédios... E mais prédios nos quais apenas encontramos compartimentos privados e secretos, atracados a uma senil esquizofrenia de estarmos sós...

Sós perante a imensidão do oceano dos nossos desejos cada vez mais perdidos e longínquos do velho ancião que internamos num lar não muito longe da exclusão social que ditatorialmente nós os jovens condenámos. Condenámos esse idoso que nos repugna por estar vivo e ter vivido mais do que nós...



Stupidity.



Faz dois meses que não durmo em condições, aliás já não sei o que é dormir e ter sonhos, dormir exaustivamente até ser dia... Dia de fazer algo pela nossa vida... Sei que pode parecer insensato... Mas sinto-me seguido... Não por pessoas normais... Já me habituei a estes predadores patéticos da sociedade demente da qual não me sentirei como elemento indispensável ao luar do amanhã nascente algures no oriente escondido no fim do rio fertilizador da razão em ser neurótico e exaustivamente dispensável.

A pessoa que me tem seguido não é deste mundo... Não sei explicar mas segue-me por todo lado... Sinto a sua presença vil... Observa-me e quando está muito perto de min...

Sinto a sua respiração horripilada não sei dizer porquê... Pela inexplicabilidade deste meu medo racional em estar completamente perdido neste aglomerado centro comercial de betão antisocial.

Ás vezes, pela noite, tenho calafrios onde a minha pele estremece... Os pelos irritam-se com excessivo tremer das minhas pernas out of control...

Mantenho-me calado... Mas nada irrompe... Silêncio total e assustador... Nada sai... Nada mexe...

Nada acontece... Estarei a enlouquecer a olhos vistos?... Não... Não pode ser... Sou um ser racional em que os esquematismos mentais regulam a existência serena de todos os dias... Mas não... Sinto algo perto de mim... Sempre a tentar erradicar o meu desejo de viver feliz... Quem sabe contigo ao meu lado... Mas não... Nada acontece... Já são 4 horas da manhã vou dormir ou pelo menos tentar dormir.

A noite já passou and the sun já delimitou o seu território... Acordo e para minha incredibilidade assisto a uma visão perplexa de um quarto agora completamente desarrumado... Quem ou o quê que desarrumou o meu quarto? ... Porque não ouvi nada? ... Verifiquei que a chave da minha porta de entrada estava sem dúvida alguma muitíssimo bem trancada. Arrumei o meu quarto e não pensei em mais nada... Pelo menos à luz do dia.

Passeei pela cidade incógnito no meio de transeuntes anónimos atropelados, pelo sururu infinito de buzinadas angustiantes mas onde incrivelmente me senti seguro, seguro por não ter tempo nenhum para concentrar-me em intermináveis problemáticas quotidianas... De opressão sadia frequente em jovens perdidos na bruma da existência boreal. Os pássaros emitem o seu chilrear incessante onde ecoa o melodioso e calmante solo purificador do melro gozista... E abolicionista do caos sonoro que domina a cidade em isolação natural... Parei no centro comercial dos desencontros sociais onde tomei um café, fumei um cigarro e observei a vasta gama de personagens incoerentes e decadentes que cada vez mais povoam a cidade.

Por volta das 19 horas voltei a casa para jantar, ficando em seguida grudado frente aquela caixa de onde sai uma realidade bastante diferente da realidade que vivemos, ou pelo menos em que vivo. Tomei um café forte... Sei que me esperam várias horas de insónias pela frente. 0 horas e 30, não aguento e tomo um whiskey e espero que o ser desconhecido volte, estando eu decidido a fazer-lhe frente após 3 copos bem doseados de whiskey. 1 hora, chegou a hora de ele vir, normalmente é a essa hora que ele ou ela costuma aparecer, acendi um cigarro e esperei devotadamente pela aparição.

E cá está... Sinto a sua presença novamente... Arrepios pela coluna vertebral... Pêlos eriçados...

Pernas trementes... Mas desta vez sinto um frio glaciar... Aliás todo meu quarto está congelado... Tento falar com o outro ser... Mas nada... Outra noite em branco e outro acordar com o quarto desarrumado e assim sucessivamente... Passava os dias em parques urbanos ouvindo os pássaros... Ah como a cidade é bela ao som dos pássaros. Ao fim ia para os centros comerciais das figuras ambulantes tomar um café, fumar um cigarro... Só voltava a casa para jantar... Fugindo após para o refúgio do palco teatral do renascimento onde acabava a noite bebendo um whiskey no bar das afinidades culturais... E mais bebendo outro e outro e outro ainda... Apenas dormia graças ao álcool e calmantes antidepressivos... E assim foram os meus dias até decidir enfrentá-lo.

Esse dia correu particularmente mal, entornei um café em pleno centro comercial onde todos os olhares da galeria ambulante de anónimos me cruzaram como victim on target. O meu jantar saiu ensosso assim como entornei um copo de vinho sobre as minhas calças de combate. Todo complexado pelos acontecimentos ocorridos encadeados e certinhos de... será dessa que vou morrer?... Ele vai matar-me!?... Tenho 23 anos e não quero morrer... E bebi... Bebi mais um whiskey e outro e outro e mais outro... Até que se aproximou de mim a hora de morrer... Comecei a caminhar passo a passo, ideia a ideia para a varanda aberta frente ao meu quarto... Estou arrepiado... A onda glaciar do meu tormento gelou-me a razão... Estou a um passo do fim... A coruja cuja memória não me esqueço juntou-se a mim... E ele está cá... Observa-me e toca-me... Não o vejo... Não sei o que é... Junto todas as minhas forças para tentar lutar contra esse estranho ser omnipresente... Deixo a varanda e consigo voltar para o meu quarto apesar de todo o arrepio... Largo o meu ser... Sinto a sua presença perto de mim... Arrepiei-me... Ele está bem perto... Sinto o seu vibrar... Vou morrer... Chegou a hora... Mas não... Sinto-o a guiar-me pelo quarto... Guiado até a minha escrivaninha onde deixo repousar os livros que me me fazem viver...

E claro!...


Só pode ser?!...


MAUPASSANT... Cette nuit, j´ai senti quelqu´un accroupi sur moi, et qui, sa bouche sur la mienne, buvait ma vie entre mes levres... Adoro o seu escrever a emoção de simples realidade... A realidade inquietantemente terrível.

A partir desse dia mais nada de grave me aconteceu.

Apenas escrevo.





Extracto de Saída de M.Kula

terça-feira, 11 de dezembro de 2007


Chego à sala e estão todos já instalados no sofá. Todos grudados frente ao televisor. Digo uma piada de mau gosto, uns risitos e tudo volta à normalidade de absorção televisiva. Tento distrair-me e caio em inércia, não falo em quase nada de jeito porque quase nada me absorve. Estou num estado analítico mais preocupado comigo mesmo do que com o mundo. Estou preocupado com o meu amanhã que nunca chega. Com a minha ida que me cativa para uma existência de momentos que se perdem nas tramas do tempo e da memória que absurdamente nos fluiu pelo cérebro em momentos we´re out of control.
Não vou dizer nada acerca da minha partida. Nem nota, nem carta, nem nada, sei que isso jogará a meu favor na surpresa do reencontro futuro.
Mantenho-me presente mas distante.
O jantar foi feijoada à transmontana acompanhada por vinho maduro alentejano. A Mónica bebeu sumo e o resto de nós... Pedro... Ana e Chinês atacamos o vinho. O jantar foi divertido e demorado e uma das particularidades que me degusta mais são as gatas da Ana. A yin e a yang como costumo brincar, visto uma ser siamesa e a outra preta. O reverso uma da outra. Duas posturas felinas demarcadas. Duas personalidades adversas... Uma exuberante miadeira e outra silenciosa como o tempo e... E... Ah... Como se complementam em lutas de ballets de graciosidade felina.
Já são 22h3o. Já é essa hora de se sair de casa, está-se naquela hora em que parece que a casa nos repulsa e que se precisa de tomar ares da noite. Pode não ser o caso de toda a gente, mas para mim está na hora de se tomar um café. Decidimos ir ao Canoa, sempre há jeropiga no fim do café e na noite toda a gente sente que tem autorização para ser alcoólatra.


Triste realidade extraído de Lyric Intuition de M.Kula

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007


Não sei o que busco

Não sei que serei

Idealismo debaixo da matéria

Sonhos abandonados

Apropriados

Almas corruptas

Assim devemos ser


Neste mundo só se é o que se tem

Triste realidade


Quando somos jovens sorrimos

Acreditamos mudar o mundo

Só importa ser

Viajar pelos mundos

Conhecê-los e respeitar-los

Sermos diamantes brutos sem estar-se a venda

Por um tempo

Assim costumamos ser


Neste mundo só se é o que se tem

Triste realidade


Mais tarde adultos

Quando já não necessitamos de ar para respirar

Honesty is no longer a excuse

Tudo é negro e branco sem moral nem bons costumes

Queremos ter

Imensuravelmente ter mais

Queremos ser lordes

Sacrificamos tudo em nome dessa bandeira

Terras, plantas, animais, casas, barcos, continentes, sub continentes, penínsulas, ilhas, eras, anos, horas...

Tudo tem o seu preço

Ter, ter, ter, ter....

ter, ter...ter...

Ter

Assim acabamos por ser


Neste mundo só se é o que se tem

Triste realidade


Para aqueles que não se corrompem

Para aqueles que nada temem

Para aqueles que acreditam que...

Ser e não ter-se é a solução

A vida será algo mais que uma triste realidade.

Será aquilo que deve ser

Aquilo que poderá ser


Aviso-te!


Nem sempre se é aquilo que se tem

Se é sempre pior


Ouve...

Ouve atentamente o vento


Vês!?


O vento sempre silba esta triste realidade

E o ar...

O ar sempre transpira esta bonita fatalidade.





Extracto de Saída (ensaio narrativo de Misha Kula)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Se algum dia escrever... Espero ser um daqueles escritores que quando se lê... Não se percebe mas sim há de certa forma aquela harmonia de alguma maneira imposta entre uma escrita TNT/abstracta mas pura no sentido de sair muitas vezes sem explicação mas sim de facto em valor escrito nesse próprio impróprio acto de escrever.

No fim quem ganha vida... Eu ou as linhas que me escreveram...

Gosto de considerar qualquer acto escrito como um processo criativo.

É beber-se nessa iced cup onde encontrámos essa agua de beber, el gento in rio e a mística sensação de criar-se algo... Começarei então por um one note samba entrelinhado com um Al Berto Nick cavizado onde alinharei um chega de saudade fio condutor à um lirismo Lou Reed complexado in meditation... I don´t know just where I´m goin´... Depois.

In berimbau e how insensitive frio acto de escrever acabarei este meu processo criativo... Acto de liberdade in bossa nova jazz moment of reflexion sentido a flor de pele.

Revejo tudo demasiado na cor e no sabor do café. Defeito de fabrico. Talvez isso tornará a minha escrita monótona e sem fluidez... Será algo bruto e áspero onde talvez a tranquilidade jazzística não deslizará por essa salgalhada de momentos sem determinado interesse.

Apenas acho que lançar interrogações é o reflexo de lançar lanças a minha ignorância que nunca conseguirei suprimir... Para não ser agua parada de desconfiança mas sim agua em movimento de regeneração constante... Só isso... Mais nada... Pelo menos para mim e ao meu acto de criativamente tentar viver.

Vivo a insensatez pura do artista sem forças e esgotado mas pronto para retomar o sinal até o extinguir da chama que lhe dá forças.

De todos os textos que ofereci para ler... Senti o parar a meio e não pegar mais... Senti a leitura e a tentativa de analise e perceber porquê essa escrita... Respondo que por mais instrução que se aja... O acto de leitura é o bem de certos iluminados....

Isso inibe o meu acto de escrever... Pelo menos para hoje.

O acto de escrever é extremamente assustador quando se foge a regra mesmo de forma inconsciente... É rever-se eternamente em discussão retórica aberta onde há sempre um ponto para voltarmos...

Sempre tenho amigos que apreciam a minha escrita com a simpatia de ser sincera a opinião que daí veio e que recebo sempre com um sorriso na retina...


Por eles amanhã escreverei.



Os homens nascem iguais no esgoto ( Extraído da obra Censurável de Misha Kula)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Não resta mais que fazer vas tentativas exploratórias neste oceano fíctil onde apenas se contemplam paisagens castradas pelo Money do nosso desenvolvimento rasca, onde a eterna profundidade da Alma se dissolve na opressão do mercado... onde whitout money vales nada.



Vales nada mesmo que o teu sonho se resuma em ajudar e maravilhar e amparar o mundo no abraço fraterno da igualdade... ou simplesmente sorrir-se na esperança de atenuar a supremacia dos business masters que espalham por todo o lado a filosofia do sorriso, aquele sorriso que vale a good milion $.




Charlataes.

Hipócritas.

Parasitas.



Aves necrófagas centralizadoras de um sistema desgastado pela corrupção do mercado onde está tudo para venda.



Olá precisam de um... Ah... Um corpo... Fifty $ per session... Ou desculpe mas se é a Alma que tem para me oferecer esquece e prossegue, vender a Alma ao Diabo já não é novidade e já faz parte do passado se me entende. Cada um tem o seu preço. Nada mais. Tudo à venda.



Somatório global de milhões e milhões e milhões de usurpadores de bens comuns que levarão ao fim do sistema. Terra à venda. Democracia em perigo precisa renovar-se... Cada vez mais oprimidos... Realidade castradora ainda não dissipada...



Nuvens de aproximação de um holocausto social paira no ar.



Amo a Democracia. Amo aquele estado de espírito, aquele estado de espírito que vocês sabem, aquela Democracia verdadeira... Aquela utopia que conhecemos... Democracia como religião... Igualdade de oportunidades... Igualdade de direitos...



Aquele Éden de concretização irremediavelmente longe.



Parece que inerente à concretização está a ambição e por ambição espezinha-se o outro voluntariamente.

Nonsense.



Fascismo democratizado de merda. O eu sem o outro não existe. A Humanidade teve a mesma génese. Descendemos do Macaco e não de Deus. Somos sociais e não autoritários.



Ainda hoje revolucionários são calados e encarcerados por muros de indiferença acabando em depressão senil em manicómios esquizofrénicos que afogam as suas mentes na escuridão do futuro que lhes é negado.



Não vale a pena lutar contra os interesses dos nossos senhores de perdição capitalística.



For sale.



Vendemos tudo. Vendemos a alma. Escravatura e prostituição é o nosso dever perante os nossos bons valentes masters defensores da democracia e do nosso bem-estar económico que nunca vem. Nada de ilusões.



O desenvolvimento aqui será sempre apenas material e nunca cultural. Somos e seremos sempre o parente pobre da comunidade europeia que ainda não conseguiu erradicar a sombra do seu passado fascista.



Viva o Estado. Viva o Sistema. Morte aos revolucionários.



De que serviram revoluções? De que serviram para além de fortalecer o capital interesse dos opressores ignorantes. Dizem-se ainda promotores do avanço civilizacional, mas se fossemos honestos ou sinceros, poderíamos classificá-lo de retrocesso.



Espero que a história se repita e novos Panchos Villa. Che Guevarras. Cristos e Gandís... Reapareçam para promover a igualdade dos Homens ou se for necessário apelar pela ajuda de Deus e um novo dilúvio.



Dilúvio esse que corroí a minha mente revoltada.





Robinson Crusoe !!!! Não deixo de pensar a sorte que o sacana teve por desfrutar uma ilha inabitada pelo Sistema. Facto que o levou novamente para sua condição de Símio.

Condição de Símio que nunca voltaremos a ter.



J´ai trente ans j´ai vingt ans où peut être cent ans

dans un jour une fois plus tard mais qu´importe

on se retrouvera dans la même maison ( Têtes Raides )



OS VERDADEIROS ARTISTAS...da nossa cultura: Acordar Tarde

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

OS VERDADEIROS ARTISTAS...da nossa cultura: Acordar Tarde

Gostei deste blog. Um espaço a visitar.

Merda de mundo

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Quando nascemos choramos. Dizem que choramos porque o ar entra nos nossos pulmões e esta sensação nova e estranha faz-nos chorar. Chorar também por que não sabemos nenhum idioma e essa é nossa primeira maneira de expressar-nos.
Passado tempo continuamos a chorar... Passamos a puberdade a chorar e quanto mais crescemos aprendemos a disfarça-lo, a chorar internamente.

Os bebés choram pela simples razão de dizer-nos seus bastardos filhos da puta! - Eu não queria vir. Eu não quero fazer parte da vossa espécie de merda.
Simplesmente a isso corresponde o choro.

O grande Homo domina o mundo... venham todos elogiar as suas façanhas. Já não domina a tecnologia do silex mas agora navega pelo espaço, sim o espaço... Esses oceanos do futuro e nosso futuro. Não basta com foder a terra, agora foderemos o espaço. Esperem para ve-lo!

É triste ver como tratamos os recursos da terra, como encasilhamos em reservas os animais selvagens ao estilo americano com os nativos índios. Quê? Têm o seu espaço, isso é lindo mas até quando? É agradável ver bahias com golfinhos atracados a espera de ser chacinados nesse tão evoluido Nipão. É tão bom saber que em restaurantes chiques da zona posso comer costela de leão, bife de crocodilo e porque não testículos de zebra ( se me podem trazer a virilidade do primo cavalo). Já não basta testarmos em animais para dar a esses vazios de cérebro e alma esse creme do que porque não valo nada e porque não o mereço de dior e l'oreal e companhia... Mas agora temos que servir-lhes leões ao jantar. Mas é para uma boa causa dizem eles... é para preservar a fauna.

Para uma boa causa choram os bebés. Não querem fazer parte deste mundo desigual, desta terra Homo stupificada. A terra não tem donos!

Mas não há problemas os que nos governam tem a solução... Baixar os nossos salários para que não nos preocupemos com outras estas coisas superficiais... Por outro lado a igreja aqui donde vivo está a pedir contribuições na televisão com anúncios branco mais branco não há, que se fodam tiveram 2000 anos para fazer algo e só fizeram merda.

E agora meus amigos a chorar...

Extracto da Obra Reverso ( parte 1) de Misha Kula

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O som da tua voz é belo e pacificador mas até a voz da morte pode ser assim de belo e calmo

É adoptarmos realidades e somarmos todas as realidades da nossa vida


Nos perdidos autobiográficos quotidianos talvez algo permanecerá para dizer e clamar bem alto o nosso breve momento de revolta onde deslizará o nosso nome Identidade no meio de letras e letras coladas entre si num puzzle de inteligência artificial

E como tu o dizes há dias que de manhã canto há dias que de manhã penso... Há dias em que de manhã sorrio e todos os dias digo-te Há um ar de amor na manhã

Amor de amanhã


Estarei paranóico tudo aponta para o caminho senil da minha escrita de free lancer impertinente frente ao sistema controlado e fechado na boa ordem escrita onde a beleza da terra talvez aí não reside

Foi encontrar a razão no grupo de las noches jazzísticas ancoradas algures no soho do meu scanner de writer damed by its own fuckin´ pride



A Estrela - Extraído de Lyric Intuition de Misha Kula

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Onde está aquela estrela?

Aquela que dizem que brilha lá alto no firmamento

Aquela que agracia os seus protegidos

Aquela que aquece os frios corpos em depressão doentia quando já não conseguimos suspirar


Onde está aquela estrela que nos define?

Aquela estrela que vive nesses anjos puros que cruzamos no nosso quotidiano

Que serve de antídoto contra lágrimas e tristezas que deformam a alma dos comuns mortais

Que vive naqueles que sabem que há que sorrir

Que há que lutar

Que há que proteger o mais débil


Nessas puras almas de luz e calor cintilante encontramos abrigo

Encontramos paz e conforto nesta terra firme às vezes árida demais para que cactos fluem no caminho que há que seguir

Planta o teu coração sob essa luz estelar e deixe crescer a arvore da vida

Sob essa luz amiga e com tuas lágrimas vivenciais

Crescerá folhas de esperança

E

O balanço de uma nova ordem que todos imploramos


Aí encontraremos talvez a tal estrela

Ela brilha junto aos justos e amantes que suspiram amor

Está na desinteressada ajuda ao próximo

Multiplica-se em locais florais através do néctar da razão livre


Free heart Free soul


Aprende a respirar com os iluminados da estrela

Aqueles que te amam

Aqueles que te protegem a ti e a todos


Nem todos temos o dom de receber essa luz

Somos o flashback de uma estrela

Estrela cadente

com raios perdidos na bruma do amanhecer junto a aquele rio belo


Recupera essa estrela que fomos!

Só o tens que tentar insistentemente acreditando nesse sonho

Forçosamente a arvore que nasceu da luz e da lágrima te guiará

Tente sempre alcançar esse fim


Nós

Os cadentes filhos

Choramos por essa luz cintilante

Queremos sentir calor with a litle tenderness


Dead Man ( extraído de censurável de Misha Kula)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007



I´m like a dead man walkin´ around the red light streets of a life in selfishness restrained... Restrained na inquietante estranheza da vida onde como tudo acabamos por ser levados à simples pergunta de why... why me.

Neste isolar continuo que é a vida o contacto com as pessoas que nos são próximas diversifica-se com mil e uma razões de serem relacionamentos abençoados pela conjuntura de um fluxo de energias em busca constante de regeneração kármica.

Trata-se apenas de uma visão questionável, aliás tudo é questionável nesta matrix sem controlo remoto...



A Arte transmite a vida de forma sincera e custosamente vulnerável...


A sinceridade do artista reflecte-se na sua obra e na comunhão universal que daí advém. Já podem ter ouvido um discurso parecido, já deve ter sido dito redito e continuará a ser dito neste caminho onde todos os ouvidos são tapados pelo reembolso fácil da arte sem interesse.



Da arte impertinentemente rasca e que nos é oferecida em parques recreativos sociais, afirmando-nos estes charlatães que ela representa a estética socialmente aceite como brejeira e sem interesse em aprofundar infortúnios sociais emergentes...



A obra simboliza o autor e a sua dádiva à comunidade de interesses circulantes na esfera alta de controlo excessivo do pensar... A rebeldia das obras é uma virtude e a luta pela igualdade social é prioritária...



Não podemos ceder à cultura burguesa sem esperarmos cair na patética sold transaction de uma holding bancária... Luxo necessário para se comprar uma máquina de escrever do século XIX para guardar junto ao Óscar ridicularizado de cifrão plástico em mediatização.



Na Arte tudo é permitido... Em principio... Caso a máfia local da Writtin´ Actin´ Dancin´ Institut não tiver já posto um olho no milionário contrato que dá a sinceridade ingénua do artista... Agracia-se uma galinha de ovos de ouro.



A sociedade deveria pertencer aos artistas e não aos mafiosos, tratando-se este texto de uma utopia sincera de um jovem artista em apuros algures numa cidade empacotada em valores de indiferença cultural.

Aclamo uma escrita que seja livre espontânea e sentida no mais ínfimo pormenor cénico à sombra de um iodine 10 000 voltes filtro vermelho... Onde escrevo... Escrevo este meu lamento onde mais tarde tomaremos um copo de sonhos em end of parking for lost emotions...

A pátria de Balzac pariu-me assim como a pátria de Bocage me acolheu e incentivou para a escrita mas deverei continuar uma vida a escrever escrever em várias línguas... Em várias pátrias... Em vários estilos.



Projectos e ideias invadem-me constantemente...

Pensamentos supérfluos talvez, mas onde há sempre uma réstia de sinceridade artística sinceramente posta lá para o mais perspicaz artista em germinação aproveitar talvez como escape para a fantástica caverna de libertação artística in natural exposition...



A natureza é a mais bela obra artística... É fabulosa nunca devendo ser destruída... Sou um ser urbano e prático mas não deixo de invejar o ser natural e sensitivo que comunga todos os dias com a mística realidade natural.
O ser que vive sob a astral protecção do sol... Da lua... Da agua e da terra... Guardiões da beleza intensamente perdida no interior longínquo do nosso ser.



Ainda estou em formação, aliás estarei toda a vida em formação, o acordeão frenético da existência está-me no sangue assim como o fado está na minha razão.

Perco-me incessantemente nas ilações reflexas de perguntas sem respostas, onde componho e sonho este meu recital de saxofone plus acordéon onde animo talvez algumas tascas obscuras.

Tascas esquecidas algures num quarteirão estudantil não muito longe de uma critica zona cultural de uma cidade ficcionada na neurótica concepção artística desta minha desconexa reflexão mental...

Reflexão em apuros algures no laboratório cinematográfico do meu desejo ardente em maravilhar a vida e a sua bênção em conceber-me.



Rimbaud brincou com a poesia... Usou-a e re-usou-a ao proveito da sua sensibilidade e génio. Não sou um Rimbaud mas este exemplo elucida-me bastante para desfrutar em todos os aspectos da minha réstia de génio adormecido para brincar artisticamente e acima de tudo ter a sensibilidade suficiente de cativar o mais terrível dos caminhos da existência humana...



Um caminho onde não terei reconhecimento mas a sensação de ter feito algo de util e minimamente universal intencionalmente posto em meus actos e feitos de simples dead man walkin´ around nesta galáxia de exploração ficcional de uma mente sensível ao abstraccionismo latente de uma mente terrivelmente levada para o turbilhão artístico da existência...



Não tenho a Arte de Miguel Angelo... De Stanley kubrick... De Hemingway... De Albert Camus... Mas caminharei sempre no intuito de honrá-los pelas suas identidades.



Tenho um forte desejo de conhecer. De aprender e difundir várias culturas. Aliás tenho uma fome terrível em objectos e cenários que me permitam uma evasão instantânea para o nirvana ficcional da beleza plástico/escrita.

Talvez seja essa a razão de ser um dead man. Talvez já morri para a existência banal de vidas em betão armado para voar nos céus cinzentos de uma realidade artística que talvez me levará a imortalidade sacra de existência perdida nesta arte burguesa.

- nojo do capitalismo -
Imbecilidade de produção adjacente ao boxificado combate Popular Vs. Universal razão em ser artista.

Muita gente se tem rido de mim. Acho que se deve ao meu aspecto urbano/rústico mas essas pessoas não me inspiraram razões de confiança, estava escrito inaptos nos scanners obsoletos dos seus olhares de ovelhas amestradas e burras. Não tenho nada contra as ovelhas, nem da pobre Dolly, mas as pessoas ovelhas deviam ser... Ok... Eu digo... Castradas.



Vou continuar a minha vida despreocupada chorando e aclamando q.b. a beleza que me rodeia e nos rodeia. Pois estamos reunidos no mesmo quotidiano. Aquele que se reflecte em muitos olhares e visões onde este guião representa apenas uma de entre muitas visões ainda por surgir.



Não! Não podemos deixar de pensar na realidade social. Uma sociedade virada para as artes será uma sociedade madura e aberta à beleza da existência.

Uma terra de revoluções e por isso utópica.



A Arte universal é uma rosa onde de entre todos os espinhos a flor de beleza irrompe para o estranho salutar de vivermos felizes nas vicissitudes da vida.

A Arte é a Vida assim como a Vida é a Arte e perante este blues artístico renovador não abdico do meu estatuto de dead man aplaudindo os raros momentos de beleza que a vida me dá nesta Ópera de tramas shakespearianas ao som sentimental de Django Reinhardt.





Extracto da obra Reverso poema en duas partes de Misha Kula

domingo, 14 de outubro de 2007

Paralelamente a tudo

do posto cimeiro da nossa razão contemplamos tudo As luzes das ideias Os trajectos dos raciocínios A beleza das soluções que recaem na absolvição pura do nosso perfeito controlo senil que passa pela identidade de filhos bastardos de Deus e do Diabo

Na tua presença sinto que posso ser tudo

vou manter a minha identidade A minha estética under urbana Vou manter Vou manter a minha razão de ser alguém de ser alguém capaz de algo útil

e

em cada momento blue de existir sei que uma felina caricia em tons de areia e açafrão me reanimará para a paz de te ter de volta a meu lado nos bons e nos maus momentos que emergem no meu scanner in a fuckin´ civil war

às vezes uma dúvida me persegue durante a noite e esqueço de dormir já tenho o aspecto de um sonâmbulo e olheiras de hipocondríaco e quanto `a dúvida

a dúvida permanece e continua aqui e acolá acabando por se tornar uma cicatriz que ao fim de algum tempo se torna ora agradável ora cúmplice na nossa razão não sei aliás... As dúvidas aparecem e desaparecem e qualquer dúvida é um ponto de partida partida para onde não sei

estou na dúvida se devo escrever ou não Se devo existir se não Se devo actuar ou não




Poema Bagdad ( extraído de Lyric Intuition de Misha Kula )

sábado, 13 de outubro de 2007

Não busques repouso

Não busques paz

Bagdad está em chamas

Ruas

Mesquitas

Mercados e escolas

Tudo arde

Tudo se consome

Tudo se esfuma


A intolerância proclamou-se soberana!

A morte proclamou-se vida!

Já ninguém é bem vindo

Já ninguém é humano


Bagdad é agora uma sombra

O sol já não passa por seu quadrante

A lua já não suspira entre os dois rios da cidade outrora majestoso oásis cultural

Está banida!

Está atrincheirada!


Nela o odio humano arde em pleno altar

Nela os inocentes sao sacrificados

Rios de sangue escoam pelos esgotos

Todo futuro não passa de irreal utopia

Tudo cessa

Tudo morre

Tudo jaz


Nos perdoarás cidade esta guerra sem sentido?

Busco e não vejo razão que a legitima

Bravos filhos da democracia

Ecoam os nossos tambores sobre as misérias de outros mundos

Marchamos e cantamos himnos de paz e solidariedade

Derrubamos murros Saqueamos museus

Pomos a toda maquina nossos canhões

Tanques e aviões

As nossas bombas destroçam vidas

Esfolam esperanças de vidas

Acreditamos piamente que em nome de liberdade

Em nome de liberdade se movem as nossas bandeiras

Malditos trapos sujos de sangue e dor


Como reagiste amigo quando em 2003 United States and it´s allies have prevailed

Bagdad está livre

The war in Irak is now ended

Confiaste em nossos lideres?

Ouviste o himno da democracia deep down in your soul?

Ou simplesmente te trancas-te no escuro

Repensaste esse ideal utópico sem guerras

Certamente que sim

Aposto também que seriamente

Amaldiçoas-te as baionetas e quem as perpetua

Que injurias-te quem sujou o teu nome

Quem te mentiu sem escrúpulos


Meus irmãos de democracia

em nome da liberdade de todos

Não merecemos perdão

Enquanto que sem o teu consentimento houver decisões que provocam guerras... Mortes...Fomes...

Enquanto que a tua constituição não impedir que um corrupto ou prepotente te toma como refém na sua ânsia de controlar outros

Enquanto que o teu sistema não seja teu e de todos


Maldita depressão!

Não haverá fim!

Enquanto que Bagdad morre todos os dias

Terás a reminiscência dessa falha

Cidade dos dois rios em sangue

Cidade que arde

Que os deuses tenham piedade de ti

As nossas bandeiras corromperam-te e já não vês saída

Já não há futuros para ti

Agonias! Ilusões!

Milhares de mortes te esperam a cada amanhecer

Que triste fado te espera cidade

A vida proclamou-se morte!


Sempre... Sempre... Sempre... Sempre...

Sempre e Sempre...

O tempo passa e nada is what it use to be...

Enquanto que Bagdad morre todos os dias

Terás a reminiscência dessa falha

Sempre... Sempre... Sempre... Sempre...

Sempre e sempre...

Nada é como é suposto ser


22 de Julho de 2007

Segues condenada às chamas do inferno humano

Essas garras que rasgam tua débil carne

Estás perdida!

Abram o caminho

Dentro de pouco virão os abutres

Para eles ninguém é livre

Para eles tudo é obediência

Para eles estás podre sweet Bagdad

Grindhouse Planet Terror

Como "ouverture" desta minha secção de crítica cinematográfica, optei pelo projecto Grindhouse em que como já sabem é um projecto realizado por Robert Rodríguez e Quentin Tarantino ( the twin brothers ), cada um com a sua longa metragem e como tema base uma homenagem aos filmes de serie B. Neste comentário opto pelo filme de Robert Rodriguez.

Planet Terror é uma agradável surpresa e posso dizer que passei um bom momento a desfrutá-la.

Sim podem dizer que serie B esses filmes péssimos de small budget e guiões simples não são capazes de nos fazer desfrutar, aí enganam-se e qualquer cinéfilo pode dizer que se enganam. Passei parte da minha infância a ver esses filmes, ocupavam as tardes televisivas, sim nesses bons velhos tempos não tinhamos reality shows nem outros programas para embrutecer-nos, tinhamos esses filmes que de certa forma ajudavam-nos a exercitar a fantasia, se terríveis monstros de borracha eram terríficos monstros reais no ecrã, porque não fazermos o mesmo em nossas brincadeiras como quando a caixa de sapatilhas adidas do mano mais velho se transformava em nave espacial intergaláctica, ou o dicionário de francês/português em Castelo inexpugnável para os soldados em miniatura. Os serie B também fazem parte da sétima arte...

Por outro lado não posso dizer o mesmo dos telefilmes, mas isso de gostos não se discute, apenas os maus gostos.

Voltando para o filme é uma agradável surpresa, os planos sao bem cuidados e belos, a imagem leva-nos a esse look retro que as nossas retinas não desdenha. A apresentação do filme e a sua própria estrutura nos reporta a um desses cinemas dos anos 70, típico trailer promocional, etiqueta do cinema e posterior exibição do filme, os créditos iniciais do filme sao interessantes, não digo por ser uma boazona go-go a dançar, mas que dizer quando uma cena está bem feita. Por falar da boazona, ( Rose Mcgowan) salve-se perfeitamente como heroína, tem um prestação credível e seriamente espero ver mais actuações, isto se temos em conta a serie ( Charmed ) que contracenava com Alissa Milano e a outra que nunca sei o nome. Mas francamente era horrível essa serie, a quem lhe interessa um par de bruxas betas que passam o tempo a comer gajos e lutar com um ou outro demónio. Mas também já aprendi a não julgar os actores, Clooney passeava o charme em Urgências, passeou o corpo em os Ocean´s todos e saiu-nos com um fantástico Good Night and Good Luck ( love you George by the way). A questão Rose enhorabuena por tua ONE LEG GIRL, pressinto que esses nossos fãs de videojogos já terão um novo videojogo dentro de tempos.

Na parte do protagonista, o shooter ( Freddy Rodríguez ) encarna um macho bonitão e super bom atirador, um latino lover que protege sua heroina. Freddy já nos demonstrou ser um bom actor, o seu Rico ( que lhe valeu um Emmy) em Six Feet Under estava bem, e o seu salto ao cinema não passou despercebido, entrou no Lady in the Water de M. Night Shyamalan como o guardião da musa, augura-se no seu caso um bom futuro e esperamos que continua a trabalhar com bons nomes e que aprende a recusar nomes como Bay ou Howard como realizadores para o bem de sua carreira. No reparto aparece também Tarantino como não poderia deixar de ser ( o qual protagoniza uma cena hilariante do filme ) e Bruce Willis que não é propriamente meu actor favorito mas que salva os moveis de muitos filmes e que mais para frente terá a sua crítica.

A imagem do filme é bela, nos reporta para a década 70 e como imagem é limpa, mesmo quando aparecem as típicas falhas de filmes a película. O filme apresenta utensílios nossos de hoje em dia como nokias modernos assim como portáteis, que nos leva a associar o filme ao nosso presente mas também a reportar-lo para ficção através da imagem e a caracterização dos monstrinhos que sim sao bastante B. Não vou contar a historia, prefiro que leitor veja o filme e se deixe levar. Asseguro que não será um tempo perdido, o filme entretém, faz rir e apreciar o mexican style que começa a criar escola em Hollywood. Rodríguez, Iñarritu... que venham os demais.

That´s all folks.

Poema Ocidental Praia (extraido de Lyric Intuition de Misha Kula)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Sinto-me acabado

Um desses dias que não vale a pena mencionar

Um desses momentos em que desejamos cair no vazio

Cair na sombra existencial com aquele típico

desejo de gritar um sonoro palavrão que de palavrota não tem nada

Como superficial é o desejo

Como vazia é a realidade informativa que nos servem todos dias a hora do jantar

Como é triste querer abandonar tudo

Será a justiça uma mulher cheia de vícios

Continuará vendada e cega!?

Auxiliará os ricos e fortes homens da nação como sempre o fez indiscretamente sorridente em todos aqueles media reports que nos servem diariamente a hora de (des)jantar?

E o suor?

E o suor do workin´ man digo eu!

Será enxugado com o lenço de seda purpura de nossa bela donzela cega?

O pobre vagabundo terá a sua fome saciada por essa dona de casa sofisticada e In justa?

Porquê viver esse prejuízo?

Ela não passa de uma puta fodida e bem paga pelo chulo Estado que nos controla

O mesmo passa-se com o boletim informativo que me deprime

Está vendido!

E em todo lado os vermes se refastelam com as tristezas de outros nós que somos...

Somos incrivelmente tediosos e incapazes

Não vemos o bonito que és

Tu

minha ocidental praia lusitana

aquele mar azul de aguas refrescantes

aquele sol fénix que nos ilumine para uma nova busca

Choro por ti País

Talvez seja o excesso de fado

esse tão tuga defeito de não interferir com o rolar do tempo

Seguiremos o destino até ao fim!

De nada serve quebrar essas correntes

Correntes de almas errantes e perdidas na névoa espessa de incerteza

De tuas entranhas sobressae a fértil vinha de Dionísio

O aroma dos olivais agudiza o paladar de viver

Os pinheiros aromatizam o ar de verão

Tua fauna deve ser preservada

Imperativamente!

Já!

Os riachos cristalinos me banham nessa saudade de ter longe

Revive meu país

Reergue-te imponente carvalho

E em todo lado os vermes se refastelam com as tristezas de outros nós que somos...

Somos incomensuravelmente nefastos

Alimentamos-nos do teu sangue

Não vemos o que és

Tu

País nunca dantes deslumbrado

Ocidental oásis entrincheirado

Eterna periferia

Como é triste tentar recordar-te em retina ausente

Tua geografia já me falha

Tua gastronomia já não me sabe a vida

És estranho mas belo

Indefinido mas simples

Sinto-me como um amnésico que volte a reviver o teu sentir de forma diferente

Aquelas novas sensações vindo del olvido

Vindas do silencio quebrado pela respiração mecânica

Sinto a tua falta neste exílio

Continuarás a considerar-me filho?

Terei amparo em teus braços?

Não te conheço!

Ficciono-te

Nada mais... Nada mais!

Não passo de mais alguém que te abandonou

Eterna mãe solteira

Ocidental praia abandonada

Deixei-te nas mãos deles! Deles todos!

E como em todo o lado os vermes se refastelam com as tristezas de outros nós que somos...

Somos incrivelmente patéticos

Não vemos quanto sofres

Quanto suspires

Serás o eterno povo que sofre nas mãos desses aristocratas do novo ordem

Desses energúmenos que mantém o status quo sem cambio nem mudanças

Que te deixem viver na miséria e ignorância meu triste povo

Que te vendem todos os dias a hora do jantar

Malditos informativos de um pais de mil maravilhas que agoniza na pobreza de seu fado triste

Vendem-te em fatias

Vendem-te descaradamente a cada hora, a cada dia... vendem-te como escravo aos amigos internacionais do capital

Em cada instante se clava bem fundo nesta nossa carne a putrificar esse punhal de opressão

Esses charlatães sempre viveram no manto de seda do topo da pirâmide

Sempre afiaram em meio de rubís e ouro negro esse punhal sorrindo frente a flashes e bebendo em copos de cristal a promissora conclusão de um novo assassinato

Não te conheçam pobre povo

Esfolam-te

Assassinam-te!

Governam-te esses incultos da verdade.

Geram-te como imperialistas degradantes e ignóbeis

És o escravo que trabalha e sofre

És a província... O campo que alimenta essa puta que se exibe diariamente e quotidianamente a maldita hora de (des)jantar

Deprimo-me!

Que mais posso fazer?

Vazio minha alma de lágrimas

Abro o caminho a pena

E sinceramente...

Sinceramente espero que quebre esse pugnal

Espero...

Pacientemente espero...

Espero que um dia este texto exploda

Que um dia te dê vida

Que esse dia seja passado

Bye triste povo

Farewell ocidental praia

Adeus

Entretanto impunes... E em todo o lado...

Esses vermes se refastelam com essas tristezas que outros nós somos...

Nota de intenções

Olá a todos.

Depois de muitas hesitações e medos, finalmente saí da casca e optei por escrever linhas em este oceano internético. Aqui em jeito de nota semi-editorial declaro as minhas intenções de conteúdo.

Numa primeira fase optarei por criticas cinematográficas, de series e de teatro, também incluo uma parte literária com criticas a obras que for lendo mas também com poemas e excertos de obras minhas.

De cor verde tenho a sensação de fazer algo útil e não sem sentido, espero que estes posts, esses pequenos grãos de areia sejam levados por este novo mundo internauta, que rumam de ilha em ilha sem parar, que transpiram a liberdade de nossas almas... De nosso ser...
Que cantam um Land is free...
Que clarificam...
Que comuniquem a todos sem hesitações que a ilha que somos é livre e viva.

With best regards
Misha Kula