Poema Bagdad ( extraído de Lyric Intuition de Misha Kula )

sábado, 13 de outubro de 2007

Não busques repouso

Não busques paz

Bagdad está em chamas

Ruas

Mesquitas

Mercados e escolas

Tudo arde

Tudo se consome

Tudo se esfuma


A intolerância proclamou-se soberana!

A morte proclamou-se vida!

Já ninguém é bem vindo

Já ninguém é humano


Bagdad é agora uma sombra

O sol já não passa por seu quadrante

A lua já não suspira entre os dois rios da cidade outrora majestoso oásis cultural

Está banida!

Está atrincheirada!


Nela o odio humano arde em pleno altar

Nela os inocentes sao sacrificados

Rios de sangue escoam pelos esgotos

Todo futuro não passa de irreal utopia

Tudo cessa

Tudo morre

Tudo jaz


Nos perdoarás cidade esta guerra sem sentido?

Busco e não vejo razão que a legitima

Bravos filhos da democracia

Ecoam os nossos tambores sobre as misérias de outros mundos

Marchamos e cantamos himnos de paz e solidariedade

Derrubamos murros Saqueamos museus

Pomos a toda maquina nossos canhões

Tanques e aviões

As nossas bombas destroçam vidas

Esfolam esperanças de vidas

Acreditamos piamente que em nome de liberdade

Em nome de liberdade se movem as nossas bandeiras

Malditos trapos sujos de sangue e dor


Como reagiste amigo quando em 2003 United States and it´s allies have prevailed

Bagdad está livre

The war in Irak is now ended

Confiaste em nossos lideres?

Ouviste o himno da democracia deep down in your soul?

Ou simplesmente te trancas-te no escuro

Repensaste esse ideal utópico sem guerras

Certamente que sim

Aposto também que seriamente

Amaldiçoas-te as baionetas e quem as perpetua

Que injurias-te quem sujou o teu nome

Quem te mentiu sem escrúpulos


Meus irmãos de democracia

em nome da liberdade de todos

Não merecemos perdão

Enquanto que sem o teu consentimento houver decisões que provocam guerras... Mortes...Fomes...

Enquanto que a tua constituição não impedir que um corrupto ou prepotente te toma como refém na sua ânsia de controlar outros

Enquanto que o teu sistema não seja teu e de todos


Maldita depressão!

Não haverá fim!

Enquanto que Bagdad morre todos os dias

Terás a reminiscência dessa falha

Cidade dos dois rios em sangue

Cidade que arde

Que os deuses tenham piedade de ti

As nossas bandeiras corromperam-te e já não vês saída

Já não há futuros para ti

Agonias! Ilusões!

Milhares de mortes te esperam a cada amanhecer

Que triste fado te espera cidade

A vida proclamou-se morte!


Sempre... Sempre... Sempre... Sempre...

Sempre e Sempre...

O tempo passa e nada is what it use to be...

Enquanto que Bagdad morre todos os dias

Terás a reminiscência dessa falha

Sempre... Sempre... Sempre... Sempre...

Sempre e sempre...

Nada é como é suposto ser


22 de Julho de 2007

Segues condenada às chamas do inferno humano

Essas garras que rasgam tua débil carne

Estás perdida!

Abram o caminho

Dentro de pouco virão os abutres

Para eles ninguém é livre

Para eles tudo é obediência

Para eles estás podre sweet Bagdad

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