Extracto de NoteBook

sábado, 26 de abril de 2008


As nuvens rastejam rente ao monte que cerca a cidade
Suavemente dançando deslizam apagando essa réstia de horizonte sem fim que entre espaços se contemplava ao nosso olhar
Que pequenos tristes homens somos!

Tento encontrar o íntimo de ser-se
Mas nesse espelho não se vislumbra mais que a minha face deformada
O cansaço alonga-me o queixo nesta face em que mal se denotam olhos esmagados pelas pálpebras tão intensas como desleais companheiras

E....
E...
Tudo circula a minha volta
To run non stop parece ser o lema desta correria desenfreada para um safe place que todos sabemos não existir...

As nuvens rastejam sobre a terra que me cerca, ocultando o horizonte que lá em frente...
Sempre oculto, mas presente, sorrirá amanhá.
Estou ansioso e cansado
Não sei se amanhá suportarei o falhanço de fracassar como um intimo reflexo de homem vivo
Deixo esta questão para o futuro... Por hoje...
Quero repousar no colo do meu amado
Quero sonhar até que o horizonte se proclame de novo como único fim a atingir.


Imagem:
autor da foto:jahdakine
'By the light of the silvery moon'
www.flickr.com/photos/23019891@N00/314603021

Extracto de Misha Notebook

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tacteio a pedra de quartzo que me acompanha dentro de meu ser

Busco protecção para o que há de vir

Viver em poetizo é estar-se na deriva, entre frentes que se antagonizam

É ser-se uma erva daninha que nunca ninguém exterminará

É ser-se a verdade que sempre sai da garrafa S.O.S que muitos lançam neste oceano de amarguras supérfluas.

É gritar que se quer!


Poetizar é ser-se livre

A pura essência que nos nutre de esperança

É ser-se felino em plena selva urbana

É querer-se em ti, tu, aquele, aqueles que se nos dirigem

É sentir no remorse and no regrets


Poetizo-me

Acredito que a maldade não existe no seio desses filhos de Apollo

Desse leite goteja o amor em tudo o que existe e que existirá

Pois vive-se para uma causa maior que os outros nunca entenderão


De aí vem a protecção

Desse divino amparo dos Deuses que já esquecemos

Desse eterno abraço da mãe que o vive

Tudo está in and out dele

Uma folha que cai entre a exuberância estival

Uma abelha que chupa os lábios de uma tulipa

Um cordeiro que nasce nos braços de um pastor

Tudo dorme nesse leito


E ele

O poetizo


Inexoravelmente seguirá o seu caminho

Sua voz passará a escrever o seu destino fulfilled em campos verdejantes de silêncio

Não há nada que ele possa fazer

O iceberg derrete-se e o medo evapora-se

É urgente beijar a boca que te deseja

É urgente voar para a liberdade de cada um


De aí em diante


Poetizar-se será a sua noção do dia sussurrada pela noite



Uma filosofia

Uma razão para viver e viver-se




Rextracto de Misha Notebook

sábado, 12 de abril de 2008

Planet Venus before being eclipsed by the moon. As seen from Sharjah, UAE on 18-June-2007 20:05:13Imagem via WikipediaMoldeando o busto de Venus perco a noção da realidade que me cerca
É um amparo... Uma fortaleza confortável e aconchegante
Entretanto...
A chuva cai non stop
O vento trás em si uma fria faca polar que rasgue fendas dentro de costelas, fémures e omoplatas usadas diariamente sem manutenção nem descanso.
Tenho 29 anos e estou cansado
Cansado de cada dia ser a mesma historia
Cansado por cada historia ser apenas uma versão

Fecho os olhos e escuto a vida
Que resta por redizer?

A flor que brota por um olhar indica-nos o que há por fazer
Libertée sans excéption
Prazer a flor de pele e amor ao vagabundo que entre jornais se aquece com essas noticias de um mundo que o renega... Uma maldita society que o esquece...
O nosso lixo é a cama do excluído
O lixo do excluído é a nossa redenção!
Busco sentido!...
Silencio e sentidos nesta pauta musical que tento compor embora não sabendo onde se dirige esta ira ou desabafo que me escreve
Quero um mentor
Quero um caminho de qualidade que me define.
Estou só.
Alone num cubículo de incertezas
Que fica por fazer?

I'm so depressed...

Misha Notebook

sábado, 5 de abril de 2008

Revivo na noite
Poetizo nesse colo que Luna me oferece
Na noite a maior parte dos rapaces não vê nem sente
É nessa segurança quase pueril que me olho no espelho
A dupla realidade desse microcosmos que me compõe expia-me de todas as atrocidades que pudera cometer agindo fuckin' wrong
Desculpo-me a mim mesmo
Sou assim de senil

Amanhá quero que me sentes como uma suave brisa que te reconforte
No harm. No bad feelin´.
Só o reconforto com uma arvore na mão e uma flor na boca que te beija.