Extracto da obra Reverso um Poema em duas partes: de M. Kula

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008



Acabou a história não sei o que dizer é que às vezes sou tão minúsculo no vazio da galáxia de ideias que me afluem Onde simplesmente não mexo a ponta de um dedo para deleitar-me no prazer lascivo de viver ao teu lado Feliz da vida que um dia nos esperará algures acabando numa vida além do além em iodine light filtro vermelho Revolução catártica em ebulição


Merda Rastejo algures no meio de lama que de tudo trava minha aventura post-mortem que me seduz desde que existo se é que existo mesmo e é difícil viver-se em sociedade quando se tem um pouco de imaginação Amo-te e parto


Partimos todos um dia



A luz da meia noite, ou o lampião da memória: - Extraído de Censurável de M. Kula

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Dedicado a ti.


Afim de que tudo o que é belo e inconcebível a razão de ser-se puro, e por isso, merecedor de uma confiança cega e desleal. Irei levantar o véu a máscara negra do meu passado volátil arquivado no sector G da minha voracidade egocêntrica e mal Sã...


Aí definirei com eximia à vontade o local, a hora e a razão deste meu acto não menos heróico...

Um tipo de revolta passiva de causar transtorno ao mínimo distúrbio cénico de um candeeiro a tungsténio...

Tungsténio incandescente iluminado no fundo da minha gaveta de Rude boy maníaco depressivo sob efeitos terceiros e debilitadores de 5 valiums plus two drinks of smirnoff puro e ilusório...

Ilusórios e acidificados pelo racismo ostracizante da minha essência caótica de Actin´ time cuja força interior de ódio e escárnio... É a impassividade formal e credível de um mercado de peixe à hora do lanche com cházinhos de erva de camomila diluída em...

Jamaican cannabis proof of life...



A luz da meia noite indicar-me-à um caminho único... Curvilíneo mas recto... Que desabará na ilegalidade do meu acto febril... Desculpem-me... Esta minha juventude esvazia-se a passos de elefante vermelho... Estando o marfim do meu rosto a ruir de olhos fechados...



Estamos no centro de uma elite russa que se tornou no code red da minha revolta patológica com receio de falhar o maldito Currículo para com tudo que me é querido e amado...

Acredito que para renascer é preciso morrer e morrer iluminará talvez, uma nova etapa em que não chegarei a ser Deus ou herói cujo destino é...

Presumivelmente... Morrer...



Ascenderei ao ponto do inesquecimento temporal no qual tudo o que me possui se tornará na minha possessão louca e desvairada... No qual o martírio do meu amor deslizante sob a calada da noite, deverá facilmente associar-se à beleza ballética de uma dança nativa nos arredores de uma Machu pichu desintegrada na massa negra do deserto factual do meu contrato pós-nupcial...
Aquém do sonho de um além-mar sereno e cativo com retorno associado a um nome que não consigo minimamente e resolutamente soletrar como sendo meu...



À luz da lâmpada da meia noite entregarei-me a luxúria desenfreada de corpos tácteis... Aí te amarei minuciosamente sobre o iceberg da intolerância moralista de uma sociedade em ruínas.

Sociedade sobre a qual serei o primeiro a atirar uma pedra armadilhada sob o signo do terrorista incompreendido na página rasgada de uma bíblia de intolerância étnica :

saber cognitivo da ciência comum.


Amar-te-ei até à morte do último suspiro... Onde nem uma taça de café sabor Brasil ressuscitado me poderia mover para junto de corpos carentes e frágeis... Para junto de presas fáceis e tentadoras ao instinto felino desta minha angústia existencial.



Sob o luar da meia noite o abraço dos amantes será sincero ...

For sentimental reasons ...


Será tudo isto o remate explicativo para a inexplicável carícia da paixão fluorescente de um lampião mágico. Tudo numa meia noite memorável em que o canto da coruja cognitiva pautará a mística melodia do saber absoluto.




Ares de Abril Extraído de Lyric Intuition de M. Kula

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008



Anoiteceu como em tantas outras noites

Lá fora. A brisa fria de Abril sensibilizava os corações dos puros que na gélida noite arriscavam tudo.

Arriscavam tudo para que amanhecesses feliz.

Para que todos vivessem livres da hipocrisia e opressão.

Para todos sorrirem

E assim aguardavam o sinal.


O sinal que os tornaria valentes heróis da mais bela passagem da humanidade.


A marcha ecoou pelas ondas da radio.

A sinfonia de liberdade e fraternidade sobre a aldeia com postos de igualdade sob a sombra de uma azinheira poderia tornar-se realidade...

E assim foi dado o sinal.

E assim os valentes heróis marcharam sobre a velha Hulissipone

A fria noite suspirava ares de mudança.


O país dormia. Os sonhos amparavam os nossos incógnitos heróis.


O batalhão dirigia-se ao centro do poder opressor montado em velhas chaimites já nessa altura em desuso.

O medo transpirava pelas suas frontes de ingênuos peãos de xadrez.

Não podiam recuar. Não podiam ser julgados.

Caminharam e amanheceu.

Chegaram à cidade.


Deslumbraram-se com a bela princesa do Tejo


O sol começava a iluminar as fachadas barrocas. O sol dava o cintilante tinte dourado ao esplendoroso rio Ibérico que serpenteia até ao atlântico já na esquina.

A jovem naíve sereia deste dia especial preparava-se para o trabalho seu ganha pão.

Colheu as belas flores da primavera que o seu coração indicou

Dirigiu-se para o destino.


O fim de um regime nefasto


Caminhou ela por uma cidade estranhamente deserta.

O pelotão de nossos bravos encontrou-se com outro batalhão a mando das sanguessugas ao poder

Os olhares dos samurais encontraram-se entre as G3 (baionetas do nosso tempo).

Aí um brilho inusual cintilou nas retinas dos guerreiros.

Irmão frente a irmão nenhuma gota de sangue deve ser derramada


E assim um abraço os uniu para o novo caminho


Uma nova existência


Nossa musa chegou ao restaurante. O patrão exigiu que voltasse para casa.

Que dados estavam lançados para a revolução

E as flores! Disse ela

Volte para casa menina

E caminhou ela rumo ao destino


Cruzou-se com o batalhão of freedom


O capitão reparou na sereia e ela ofereceu um cravo

Todos colheram um cravo

Flor que tapou o cano do fuzil da morte

A marcha continuou rumo a vitoria e o sangue não manchou a terra que pisamos


Esta é a revolução de abril meu amigo

Uma tão bela historia


Já passaram trinta e três anos

A opressão do cifrão continua e novos caciques têm o poder

Há uma luta quotidiana para se ter um status social

Vendemo-nos para ser belos, vendemo-nos para ser ricos

O que passa na rua não nos interessa


Em cada posto não há igualdade

Esquecemo-nos o difícil que foi ter essa liberdade que gozamos


O suor de nossos pais e avós ficou perdido no tempo

Ficamos adormecidos na ânsia do capital

Não interessa o sonho

Não interessa os valores


Interessa o maldito cifrão!


Heróis de Abril...

Não quero que se vos esqueçam

Não quero que se evapore o pólen do cravo

Quero que meus filhos bebam o licor da revolução

Quero em cada esquina um amigo


Quero que seja perene


Quero a sombra da azinheira e não do cifrão

Quero que esses ares de abril se respirem todos os dias

Que não se repita a opressão.


Quero renovação para a Humanidade com a humildade de uma flor

Não vês?

Nessas pétalas está o legado