Extracto de Em busca ( part two final) Lyric Intuition de M. K.

sexta-feira, 28 de março de 2008



Ilumina liberdades!
Expressa-te!
Futuro que ri
Arvore que germina
Que deparas debaixo das águas oceânicas?
Na baía tudo está calmo...
Como em uma fotografia de outros tempos
Que me deparas Vida?
Vida que sinto a flamejar transparente no eco do horizonte
Espero-te... Sorri-me de novo...
Cobre-me com esse manto de terra permeável
Com essa crosta de musgo vivo
Ampara-me...

J' ai vu le dessein

Agora!...
Tudo me parece diferente como em outra mente

Tudo o que fizer é uma doação ao Universo
Ao meu berço como Homem
Ao ar que vivo
À agua que me conduz à inspiração
À terra que vibra a meus pés
A todos os seres que partilham e compartilharão indiscutivelmente comigo a beleza da existência
Sou um mero expectador...
... Sou um mero sonhador...
Sou um mero escritor...
A riqueza provém dessa observação
A riqueza é partilhada
Desfazer-me dela é a questão
Queimarei todas minhas mansões e tesouros
Tudo para manter essa minha depressão



Mea Culpa Extraído de Censurável

segunda-feira, 17 de março de 2008

Symbol of the three Abrahamic religions.Imagem via Wikipedia



Humildemente disfarçado em Nick Cavizante som de uma árvore em luto negro... Fundo presente de algum canto de rouxinol urbano onde o melro negro da astúcia é interrompido sucessivamente...
Pelo chilrear exótico do periquito
urbanamente dispensável...
Como o andar urbano em trânsito de poluição sonora...
Eco de...
Matem-me urgentemente.

Vigio os terraços. Os telhados e as varandas da minha visão na indubitável melancolia que se dissolve na beleza de uma lágrima nostálgica de estar vivo...

De ser levado para a alegria de sentir o pulsar da escrita natural ao ritmo do tudo universal em comunhão de bens comunitários no meio desta arena desenfreada e grosseira de analfabetismo mental e cósmico para com a arte suprema.

In natural meaning of life.
Bebi o elixir amargo da rosa vermelha do meu encanto disfarçado sob a mesquinhez ingénua dos meus actos espinhosos perdidos no infinito moral de uma mente sob a negatividade excessiva de um delírio kármico...
De um intrisico suspiro marginalmente melancólico e vanguardista do tudo nada perfumado... Natura exacta da minha confusão rasca de cachorro abandonado nas ruas autênticas e sombrias de uma chinatown desfigurada.
Desfigurada em local de refúgio para o dreamer inconformado sob o olhar divinal da eterna amiga.
A omnipresente coruja cúmplice a minha retina sob o canto de cuidado, tem cuidado... Letra da indubitável essência do cognoscível incognitamente presente no ficcional mundo de simples desejos sinceros em não negar o mínimo sinal do teu socorro...
Vi demais.

Grito desculpas inúteis para disfarçar as minhas mágoas de um socialmente e residual estatuto de pobre improdutivo mental...
Sem por aí dizer de impróprio produtor vírus in success provisório na ilusão de um sonho mágico em terras de primavera em ascendêncial sabedoria.
Viva marcha continuada pela praça da concórdia espalhada em todos os sensores ligados ao meu altar neuronal em disfunção crescente:

Alivio racionalizado em beleza intrinsecamente estranha ao luar da minha razão.

Peço desculpa pela minha animalesca capacidade de odiar e amar o que me rodeia. Gozo os prazeres existenciais que me são oferecidos assim como me isolo na solitária ilha de ingratitude...

Pedaço de terra e rocha febrilmente originado pela inutilidade de agir contra as ágeis manobras de diversão sensório motoras de um sacana chamado brain.

Peço desculpas por tomar a coruja sobre o meu ombro e aclamar a noite como meu cemitério vivo... Espaço donde invoco a presença de todos os meus mentores improvisados na ficção Graigoriana do meu computador de asfalto... Onde desculpo-me mais uma vez de ter nascido numa altura irremediavelmente errada...
Mas onde fascistamente se pode subir ao cume Evereste do absurdo vaginal da in loco visão do belo adormecido monstro do lockness... Exposto em parques de exposições culturais em choque...

Importa-se que lhe sirva um aperitivo teatral?

Sou um estranho, mas não na noite.
A coruja ampara-me pelo grito sério da razão onde o felino passional me guia para a existencial fatalidade de vidas que não renego.

Questiono!

Pergunto exaustivamente até que uma réstia factual de puzzles se possam tornar na complexa destruição do tudo ou nada que possa existir.
Procuro desmitificar tudo ou talvez simplesmente não consigo entender a minha abstracção racional dos mundos que me rodeiam e rotulam para o estatuto autista de coitadito adormecido pelo stress oxidificante da cidade neuronal de escala asiática que emerge a olhos vistos...
Reprodução em massa incrustada na ponta do meu cigarro inacabável ao luar de Cipião o africano.

Aclamo a chuva e os ventos para comungarem tudo o que está para vir.
Mas estes não devem amar-me muito.
Aparecem de vez em quando no fundo do meu retrovisor mental mal direccionado.

Peço desculpas por não ser o que desejam de mim, serei apenas um figurante nocturno.
Ser um pouco um tanto caricato e estranho na luz do dia...
Resplandecente ao luar da razão negra do futuro social e mental da nossa next generation...

Generation debilmente alegre e adormecida pela crescente monopolização económica de um saber burocratizavel em train stations...
Train stations de inúteis razões de escrever algo útil ao meu mas sobretudo ao teu olhar de cachorro vadio em plenas ruas de uma Chinatown sombria pelo cognoscível belo canto da coruja...
Aquela minha amiga em memória latente de um sonho em campos de minas de rosas espinhosas... Devoto local onde monologarei o meu nojento Mea Culpa de inútil para a sociedade de empacotamento racional.




extracto de Politikoide ( ensaio teatral )

quinta-feira, 13 de março de 2008

Ría de Vigo (Sight into the harbour, that takes its name from the city).Imagem via Wikipedia( Mariane ri-se e fica a olhar para Vigo e Porto sentados e a falar entre eles)

Mariane

Estes dois fazem-me rir... Não sei acho piada.
Soledad
Si... Tienen un aire de gamberros.
Sofia
Então Maria é para hoje o charro? ( Mariane cai em si e acende o joint) E então Mariane como está a tua mãe?
Mariane
Como sempre. Viciada em calmantes mas cool como sempre.
Sofia
E porque não lhe dás maría?
Mariane ( Ri-se)
Já passou o tempo da juventude... Agora já se converteu numa respeitada dona de casa. (Ri-se)
Soledad
Tu madre no es nada una estrecha. (Ri-se)
Mariane
Nunca o foi havias de ver as fotos dela quando era jovem, uma verdadeira hippie... E não te falo das fotos quando estava barricada na Sorbone. ( Mariane passa o charro a Soledad que dá umas passas e o passa Sofia)
Sofia
Bonitos tempos aqueles. ( Dá umas passas ao charro) Esta merda devia ser legalizada, não sei qual é o propósito dessa estúpida lei que proíbe fumar drogas leves... As pessoas fumam e vão continuar a fumar!
Soledad
Si e esta mierda de poner todas las drogas en el mismo plan. Joder que hagan una campaña a decir lo que son, lo que hacen y nos dejan a nosotros decidir, coño. Hijos de puta... Fachas de mierda!
Mariane
Sim tens toda a razão e o que é triste é ver o que fazem no Centro H . Ao lado de casa tenho uma cena deles, haviam de ouvir... Fazem-nos cantar cenas debilóides, dão sermões católicos... E tenho uma amiga a quem até bateram e disseram que estava louca e possuída. Algo tão medieval... E os pobres saem de lá não sei como...
Sofia
Lobotomizados. (Riem-se as três)
Mariane
E o pior podem recair com facilidade... Preferia deixá-los nas mãos de psicólogos desde que não estivessem vendidos ao sistema e que realmente pensassem em ajudá-los... E são tão atrofiados e sem auto estima, vê-se que não regulam bem... É essa merda da neo evangelização. Já o fizeram com as prostitutas, com os pobres em outros tempos e agora com os drogados.
Sofia
O que queres têm que encher as lojas de alguma maneira. Ou não estamos a falar da maior e melhor franchising do mundo. ( Bebe um trago de escocês) E assim o estado lava as mãos e eles tem novos adeptos. Religião não é o ópio do povo.
Mariane
Sim religião, fado e futebol, o resto que se foda!
Soledad
Solo sé una cosa, que todos los amigos que conocí y que eran adictos a las drogas duras, la única razón que les hace no recaer otra vez es la maria.
Sofia
Pois sim... Também sei isso de amigos... Esta merda de Estado hipócrita não se rende a essas evidencias. Agora só nos faltava um estado paternalista... Como proibir fumar, que legislam para que as tabaqueiras não viciem o tabaco, que não ponham alcatrão, polónio, nicotina e todas essas merdas.
Soledad
Si que hagan un tabaco menos prejudicial posible, coño. ¿O es que son tontos?
Mariane
Não são tontos, só são vendidos aos lobbies e nenhum partido quer molhar-se, a não ser os pequenos que seguem fieis aos seus eleitores e ideologia.

( Paulo volte e serve uns bolinhos e pasteis )

Extracto de Saída

quinta-feira, 6 de março de 2008

c. 1868Imagem via WikipediaII

Flashback.
Escrever é como beber uma cerveja em qualquer lugar, mas infelizmente a maior parte não consegue perceber isso. Se o amor não é uma comédia. Então prefiro retornar aos meus segredos de infância perfeitamente emoldurados no meu escritório ficcional à deriva algures... No espaço... No tempo... Na acção de viver iluminado ou não.
Como já tinha dito ia partir desta cidade mas antes tinha que revisitá-la turisticamente por uma última vez... Uma última e final de vez sinto eu. Mas sinto também que voltaremos a ver-nos neste mundo pequeno demais ao nosso ego titânico de viver livre no pensamento e na memória.
Sem as nossas leis e o nosso cinema que será de nós neste emaranhar de prédios compulsivamente hediondos. Saí de casa. Desci saltitando as escadas do prédio completamente abandonado a exclusão social. Não há condomínio e a maior parte dos inquilinos ou são doentes idosos, famílias de baixas classes sociais, além de emigrantes do leste ultimamente muito em voga nos noticiários e até em cimeiras europeias penso eu. Cheguei à rua. Caminhei pelo traçado de betão até uma caixinha stop de autocarros onde aguardei um para me levar ao primeiro destino do meu adeus.