Embalado por um whiskey...
Quero dizer dois mais alguns Marlboros... Parti para outro mundo...
Um mundo em que dizes... Que fazes tu aí?
Mas eu não sei... Ia por aquele lado... No canto de um bosque...
Viver a vida que me esperará em dois três séculos... Onde estarei lá...
No canto do bosque junto a essa outra vida que me embala para os seus braços.
Lá onde me sinto seguro e em paz para escrever e escrever mais delírios neste cabaré de nus catárticos envolvidos na felina paixão em posto cimeiro voyeur da nossa incompetência existencial para com tudo o que nos rodeia.
Tomo a razão da existência como ponto crucial de viver uma vida de baixos e altos momentos em alto mar tempestuoso...
Culpa desse scanner vivencial e tempestuoso desta minha existência efémera mas sentida em viver a vida...
Viver as vidas que inundam as nossas existências multifacetadas na razão que nos motiva a viver... Agir... Partir.
Não somos todos iguais... Claro que não... Não viemos todos do mesmo talho. Mas a vida será o resumo de uma busca... De uma crise... Uma busca incessante da verdade inerente a realidade talvez de crises de homens... Crises de linguagens... Crises de fé... Crises de sociedades...
Dará isso uma desilusão catártica impulsionadora.
A iniciação de um caminho para a liberdade de possuir a verdade dentro de uma alma e um corpo.
Debato-me. Debato-me incessantemente nesta questão... Devo estar em crise... Em crise bastante grave de valores e de existências em que emergimos constante e voluntariamente cativados.
A existência deve ser isso mesmo.
Viver realidades e irrealidades de uma mente submersa na fantasia excessiva de viver... Viver demais até... Mas não há crise... Amanhã estarei mais velho.
Esta noite perdi tudo... Tudo aquilo que fiz... Tudo aquilo em que acreditava... Será possível isto acontecer?
Acho que na escrita tudo é possível... É inacreditável a beleza catártica que sobressai nestes pedaços de papel outrora em branco... Onde então... Asfixiado em surrealista noite catártica convidei para um cachimbo a presença de alguns mentores da minha mente em formação.
Ao fim de alguns copos surgiu uma reunião gratificante de crises existenciais embaladas para a conferência intimista de um Rimbaud revoltado.
“Não! Não! De agora em diante me revolto contra a morte! O trabalho parece demasiado ligeiro para o meu orgulho: minha traição ao mundo seria um suplicio demasiado curto. No derradeiro momento, atacarei a direita, a esquerda... Então – oh! – Cara pobre alma, a eternidade estará perdida para nós!”
Ora estando eu ainda a decifrar a razão desta minha crise fantasiosa... Surge Sartre com um... Com um...
“O que fizeste? Colas-te a mim como os meus dentes a minha gengiva. Vejo-te em todo o lado, vejo o teu ventre sujo de cadela, sinto o teu calor nas minhas mãos, tenho o teu odor nas minhas narinas. Corri até aqui, não sabia se era para te matar ou tomar-te a força. Agora eu sei. Não posso portanto perder-me por uma puta.”
Retorquindo logo o recém chegado Camus...
“Não choreis. Não, não, não choreis! Vocês vêem bem que é o dia da justificação. Algo eleva-se nesta hora que é o nosso testemunho a nós outros revoltados: Yanek não é mais um assassino. Um barulho! Bastou um barulho terrível e lá está ele regressado a alegria da infância.”
Este discurso ficou-me na retina onde pensava poder atravessar o espelho...
Mas cuspo sangue na minha banheira... Voltando destas minhas insónias viajante da manhã cortando menções inúteis neste meu caderno de faltas.
Tento desligar o fio para ter de volta o meu silêncio...
Em crise de noite catártica surrealista pelo anoitecer da razão retirarei a minha absolvição... Deixando-vos sem reticências o direito à opinião em noites surrealistas... Fruto existencial de se viver numa ilha de indiferença kármica...
O tal refúgio do moribundo elefante do meu suspiro onde indubitavelmente Every man got the right to decide his own destiny.
No corredor dos meus sonhos esperar-te-ei no canto do bosque onde desde de sempre estiveste.
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